domingo, 14 de setembro de 2008

Gran Turismo 5 Prologue




Paulo Garcia
O que diferencia os consoles tecnicamente similares, claro, são os jogos exclusivos de cada plataforma. Entre as apostas da Sony para fazer o seu PS3 ganhar a briga é o simulador de direção Gran Turismo. Velho conhecido de quem já teve um Playstation ou um PS2, a série é famosa pelo realismo dos gráficos e a sensação de estar mesmo dirigindo um dos carros licenciados para o jogo.
Logo que o PS3 foi lançado, a SCEA e a Polyphony já deram um gostinho do que seria a série para o novo console, disponibilizando o Gran Turismo HD para download na Playstation Store. No dia 15 de abril na Europa e 25 nos Estados Unidos, aproveitando a nova fachada da Playstation Store, começou a ser vendido o esperado Gran Turismo 5 Prologue, por 39,90 dólares. Pelo mesmo preço, gamers estadunidenses podem pegar sua cópia em BluRay, que além do jogo, traz a GT TV, com making of e outras curiosidades sobre o jogo.
Se Gran Turismo HD era um petisco, só para degustação, GT 5 Prologue é a entrada do jantar. Uma entrada estilosa, diga-se de passagem. O prato principal ainda está no forno da Polyphony e eu não arrisco uma data para o lançamento. Aliás, adiamentos são comuns em se tratando de GT.
Como sempre, os gráficos são deslumbrantes. Com suporte para TVs FullHD, o jogo roda fluido e se algum desavisado olhar para a TV, pode até perguntar onde é a corrida. Os carros são extremamente detalhados e renderizados à perfeição. Os cenários são verdadeiras obras de arte. Nos famosos replays de suas corridas, é possível ver as folhas de grama ou mato se mexendo com o vento gerado pelo seu carro. Os efeitos de luz na pintura do carro, movimento dos pneus e agora também do piloto são irretocáveis. Ao contrário dos jogos anteriores da série, agora você consegue ver o piloto, reproduzindo no volante os movimentos do seu Sixaxis. Falando nisso, GT5P já tem suporte para o novo DualShock 3, com o rumble que no Sixaxis normal não tem.
A desvantagem de carros e cenários perfeitos no jogo é que você pode bater o carro à vontade, que ele não amassa, não deforma e nem solta as tiras. Essa é uma velha reclamação dos fãs da série e continua lá, ao contrário do que já vem sendo feito em outros jogos, como por exemplo, o simulador de rallies Dirt, em que os acidentes deformam não só o carro, mas também o cenário. Além de não mudar nada na aparência, não muda na dirigibilidade. Se você bater a 200Km por hora, não tem problema. Alinhe novamente seu carro na pista e corra atrás do prejuízo, como se tivesse apenas parado para ir ao banheiro.
Já os personagens humanos que aparecem (pouco) no jogo, ainda deixam a desejar. Os movimentos são forçados, caricaturais. Mas isso não é nenhum problema, afinal, estamos aqui para dirigir! E dirigir carros que vão do trivial, como Ford Focus que você vê normalmente nas ruas, até os automóveis dos sonhoa, como a Ferrari que você vê domingo nos GPs de F1. São cerca de 70 carros diferentes, que você tem que comprar com os créditos do jogo ou ganhar completando os campeonatos. Se você, como eu, achou que são poucos carros quando se compara com os jogos anteriores, vai ficar ainda mais decepcionado com a quantidade de pistas. Não chega nem perto de satisfazer e pistas clássicas, como Cotê D’Azur, não estão no jogo, como também não está a possibilidade de comprar peças para “Tunar” o seu carro. Nessa versão, só se corre com o “original de fábrica”.
Pé na tábua!
O cenário está exposto. Então, mãos à obra. Digo, ao volante. Como sempre na série, são dois os principais modos de jogo, arcade e events. Arcade, escolhe o carro, a pista e corre. Ponto. Events é o modo de carreira, em que você tem que ir conquistando os troféus para poder liberar outros eventos e até para destravar a opção de jogar online. Como se propõe a ser um simulador de corridas, e não um jogo arcade normal, qualquer erro na sua manobra pode custar posições na corrida, e recuperá-las nem sempre é tarefa fácil. Também não adianta ser apenas um ótimo piloto, uma Ferrari continua em vantagem contra um Mini Cooper. Por isso, quando começar o jogo, pense bem onde gastar seus 35 mil créditos iniciais. Eles podem fazer uma grande diferença no início de sua aventura automobilística.
Para equilibrar os jogos online, as corridas são limitadas pela potência do carro, pela experiência do jogador (que você mesmo define) e até por velocidade da conexão. O jogo avisa que jogadores com Internet mais lenta serão colocados em corridas com poucos corredores, também com conexões lentas. O jogo online não tem a mesma qualidade das corridas “locais”. Não experimentei qualquer lag ou dificuldades para dirigir, mas os carros à minha frente, não raro, “teletransportavam” na pista. Mas mesmo em corridas com 16 pessoas, a experiência de jogar Gran Turismo online é divertida, e você não reclama de tela dividida para correr com outros jogadores, como no caso da opção de dois jogadores nativa do jogo.
A trilha sonora, outro ponto forte da série, não decepciona. Com músicas mais agitadas quando você está ao volante e mais calmas enquanto navega pelos menus do jogo, você tem uma ótima seleção de Rock, Jazz, Club entre outros gêneros. Os sons dos carros, seja do seu ou de seus competidores, também são ótimos. Para quem conhece, é possível identificar os automóveis pelo som do motor.
Mas uma coisa me assustou: aparentemente, toda a perfeição gráfica do jogo exige muito do Cell, esquentando o PS3 como eu nunca vi. Por precaução, desliguei o console quando a ventoinha começou a enlouquecer.
Os pontos fortes: gráficos ultra realistas, trilha sonora, novidades como o modo online e a visão de dentro dos carros para dirigir. De negativo temos as raras pistas, poucos carros e aquela sensação de que você comprou um jogo pela metade. No final das contas, como um demo do que está por vir, Gran Turismo 5 Prologue é nota 10. Como jogo, não passa de 7. Na média, uma nota 8,5 está de ótimo tamanho. Diversão de ótima qualidade até a chegada da minha cópia de GTA IV, que tem arrancado notas 10 de quase todos os sites especializados em games mundo afora.

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