terça-feira, 30 de setembro de 2008

Machado de Assis


Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos.
Sua vasta obra inclui também crítica literária. É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.
Índice[esconder]
1 Biografia
2 Estilo literário
3 Machado de Assis e o xadrez
4 Representações na cultura
5 Obra
5.1 Romance
5.2 Poesia
5.3 Livros de contos
5.3.1 Alguns contos
5.4 Teatro
6 Academia Brasileira de Letras
7 Referências
8 Ligações externas


Biografia
Filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira portuguesa da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto [1], passou a infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não freqüentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude.
Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.

Machado de Assis
De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época.
Em 1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas.
Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), , Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).
Em 1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.
Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908, em sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como Mário de Alencar, Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por Haroldo Maranhão.

Estilo literário

É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos -- similar talvez à de Augusto dos Anjos.
O crítico norte-americano Harold Bloom considera Machado de Assis um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos (chegando ao ponto de considerá-lo o melhor escritor negro da literatura ocidental), ao lado de clássicos como Dante, Shakespeare e Cervantes. A obra de Machado de Assis vem sendo estudada por críticos de vários países do mundo, entre eles, Giusepe Alpi (Itália), Lourdes Andreassi (Portugal), Albert Bagby Jr. (Estados Unidos da América), Abel Barros Baptista (Portugal), Hennio Morgan Birchal (Brasil), Edoardo Bizzarri (Itália), Jean-Michel Massa (França), Helen Caldwell (Estados Unidos da América), John Gledson (Inglaterra), Adrien Delpech (França), Albert Dessau (Alemanha), Paul Dixon (Estados Unidos da América), Keith Ellis (Estados Unidos da América), Edith Fowke (Canadá), Anatole France (França), Richard Graham (Estados Unidos da América), Pierre Hourcade (França), David Jackson (Estados Unidos da América), Linda Murphy Kelley (Estados Unidos da América), John C. Kinnear, Alfred Mac Adam (Estados Unidos da América), Victor Orban (França), Houwens Post (Itália), Samuel Putnam (Estados Unidos da América), John Hyde Schmitt, Tony Tanner (Inglaterra), Jack E. Tomlins (Estados Unidos da América), Carmelo Virgillo (Estados Unidos da América), Dieter Woll (Alemanha) e Susan Sontag (Estados Unidos da América).
O estilo literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido adaptada para a televisão, o teatro e o cinema. Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas principais obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores contemporâneos como Salman Rushdie, Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam serem fãs de sua ficção, como também o confessou Woody Allen. A Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações sobre a vida e a obra do escritor.
Machado em suas obras interpela o leitor, ultrapassando a chamada quarta parede, nisso tendo sido influenciado por Manuel Antonio de Almeida, que já havia utilizado a técnica, bem como Miguel de Cervantes, e outros autores, mas nenhum deles com tanta ênfase quanto Machado.

Mario Quintana



"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas. Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha, nem desconfia que se acha conosco desde o início das eras. Pensa que está somente afogando problemas dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar inquietação do mundo!"

Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.No ano de 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
Em 1915, ainda em Alegrete, freqüentou a escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, onde conclui o curso primário. Nessa época trabalhou na farmácia da família. Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato, no ano de 1919. Começa a produzir seus primeiros trabalhos, que são publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde trabalha por três meses com Mansueto Bernardi. A Livraria era uma editora de renome nacional.No ano seguinte, 1925, retorna a Alegrete e passa a trabalhar na farmácia de seu pai. No ano seguinte sua mãe falece. Seu conto, A Sétima Personagem, é premiado em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre.O pai de Quintana falece em 1927. A revista Para Todos, do Rio de Janeiro, publica um poema de sua autoria, por iniciativa do cronista Álvaro Moreyra, diretor da citada publicação.Em 1929, começa a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande, que era dirigida por Raul Pilla. No ano seguinte a Revista do Globo e o Correio do Povo publicam seus poemas. Vem, em 1930, por seis meses, para o Rio de Janeiro, entusiasmado com a revolução liderada por Getúlio Vargas, também gaúcho, como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre.Volta a Porto Alegre, em 1931, e à redação de O Estado do Rio Grande.
O ano de 1934 marca a primeira publicação de uma tradução de sua autoria: Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Começa a traduzir para a Editora Globo obras de diversos escritores estrangeiros: Fred Marsyat, Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant, dentre outros. O poeta deu uma imensa colaboração para que obras como o denso Em Busca do Tempo Perdido, do francês Marcel Proust, fossem lidas pelos brasileiros que não dominavam a língua francesa.Retorna à Livraria do Globo, onde trabalha sob a direção de Érico Veríssimo, em 1936.Em 1939, Monteiro Lobato lê doze quartetos de Quintana na revista lbirapuitan, de Alegrete, e escreve-lhe encomendando um livro. Com o título Espelho Mágico o livro vem a ser publicado em 1951, pela Editora Globo.A primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, é lançada em 1940 pela Editora Globo. Obtém ótima repercussão e seus sonetos passam a figurar em livros escolares e antologias.Em 1943, começa a publicar o Do Caderno H, espaço diário na Revista Província de São Pedro.Canções, seu segundo livro de poemas, é lançado em 1946 pela Editora Globo. O livro traz ilustrações de Noêmia.Lança, em 1948, Sapato Florido, poesia e prosa, também editado pela Globo. Nesse mesmo ano é publicado O Batalhão de Letras, pela mesma editora. Seu quinto livro, O Aprendiz de Feiticeiro, versos, de 1950, é uma modesta plaquete que, no entanto, obtém grande repercussão nos meios literários. Foi publicado pela Editora Fronteira, de Porto Alegre.Em 1951 é publicado, pela Editora Globo, o livro Espelho Mágico, uma coleção de quartetos, que trazia na orelha comentários de Monteiro Lobato.Com seu ingresso no Correio do Povo, em 1953, reinicia a publicação de sua coluna diária Do Caderno H (até 1967). Publica, também, Inéditos e Esparsos, pela Editora Cadernos de Extremo Sul - Alegrete (RS).Em 1962, sob o título Poesias, reúne em um só volume seus livros A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, espelho Mágico e O Aprendiz de Feiticeiro, tendo a primeira edição, pela Globo, sido patrocinada pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul.Com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, é publicada sua Antologia Poética, em 1966, pela Editora do Autor - Rio de Janeiro. Lançada para comemorar seus 60 anos, em 25 de agosto o poeta é saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o seguinte poema, de sua autoria, em homenagem a Quintana:
Meu Quintana, os teus cantaresNão são, Quintana, cantares:São, Quintana, quintanares.Quinta-essência de cantares...Insólitos, singulares...Cantares? Não! Quintanares!Quer livres, quer regulares,Abrem sempre os teus cantaresComo flor de quintanares.São cantigas sem esgares.Onde as lágrimas são maresDe amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantaresDe um tudo-nada: ao falares,Luzem estrelas luares.São para dizer em baresComo em mansões secularesQuintana, os teus quintanares.Sim, em bares, onde os paresSe beijam sem que reparesQue são casais exemplares.E quer no pudor dos lares.Quer no horror dos lupanares.Cheiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares,Pois são simples, invulgares.Quintana, os teus quintanares.Por isso peço não pares,Quintana, nos teus cantares...Perdão! digo quintanares.
A Antologia Poética recebe em dezembro daquele ano o Prêmio Fernando Chinaglia, por ter sido considerado o melhor livro do ano. Recebe inúmeras homenagens pelos seus 60 anos, inclusive crônica de autoria de Paulo Mendes Campos publicada na revista Manchete no dia 30 de julho.Preso à sua querida Porto Alegre, mesmo assim Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. Perdida a terceira indicação para aquele sodalício, compôs o conhecido
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estãoAtravancando meu caminho,Eles passarão...Eu passarinho! (Prosa e Verso, 1978)
A Câmara de Vereadores da capital do Rio Grande do Sul — Porto Alegre — concede-lhe o título de Cidadão Honorário, em 1967. Passa a publicar Do Caderno H no Caderno de Sábado do Correio do Povo (até 1980).Em 1968, Quintana é homenageado pela Prefeitura de Alegrete com placa de bronze na praça principal da cidade, onde estão palavras do poeta: "Um engano em bronze, um engano eterno". Falece seu irmão Milton, o mais velho.1973. Nesse ano o poeta e prosador lançou, pela Editora Globo — Coleção Sagitário — o livro Do Caderno H. Nele estão seus pensamentos sobre poesia e literatura, escritos desde os anos 40, selecionados pelo autor.Em 1975 publica o poema infanto-juvenil Pé de Pilão, co-edição do Instituto Estadual do Livro com a Editora Garatuja, com introdução de Érico Veríssimo. Obtém extraordinária acolhida pelas crianças.Quintanares é impresso em 1976, em edição especial, para ser distribuído aos clientes da empresa de publicidade e propaganda MPM. Por ocasião de seus 70 anos, o poeta é alvo de excepcionais homenagens. O Governo do Estado concede-lhe a medalha do Negrinho do Pastoreio — o mais alto galardão estadual. É lançado o seu livro de poemas Apontamentos de História Sobrenatural, pelo Instituto Estadual do Livro e Editora Globo.A Vaca e o Hipogrifo, segunda seleção de crônicas, é publicado em 1977 pela Editora Garatuja. O autor recebe o Prêmio Pen Club de Poesia Brasileira, pelo seu livro Apontamentos de História Sobrenatural.Em 1978 falece, aos 83 anos, sua irmã D. Marieta Quintana Leães. Realiza-se o lançamento de Prosa & Verso, antologia para didática, pela Editora Globo. Publica Chew me up slowly, tradução Do Caderno H por Maria da Glória Bordini e Diane Grosklaus para a Editora Globo e Riocell (indústria de papel).Na Volta da Esquina, coletânea de crônicas que constitui o quarto volume da Coleção RBS, é lançado em 1979, Editora Globo. Objetos Perdidos y Otros Poemas é publicado em Buenos Aires, tradução de Estela dos Santos e organização de Santiago Kovadloff.Seu novo livro de poemas é publicado pela L&PM Editores - Porto Alegre, em 1980: Esconderijos do Tempo. Recebe, no dia 17 de julho, o Prêmio Machado de Assis conferido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Participa, com Cecília Meireles, Henrique Lisboa e Vinicius de Moraes, do sexto volume da coleção didática Para Gostar de Ler, Editora Ática.Em 1981, participa da Jornada de Literatura Sul Rio-Grandense, uma iniciativa da Universidade de Passo Fundo e Delegacia da Educação do Rio Grande do Sul. Recebe de quase 200 crianças botões de rosa e cravos, em homenagem que lhe é prestada, juntamente com José Guimarães e Deonísio da Silva, pela Câmara de Indústria, Comércio, Agropecuária e Serviços daquela cidade. No Caderno Letras & Livros do Correio do Povo, reinicia a publicação Do Caderno H. Nova Antologia Poética é publicada pela Editora Codecri - Rio de Janeiro.O autor recebe o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no dia 29 de outubro de 1982.É publicado, em 1983, o IV volume da coleção Os Melhores Poemas, que homenageia Mario Quintana, uma seleção de Fausto Cunha para a Global Editora - São Paulo. Na III Festa Nacional do disco, em Canela (RS), é lançado um álbum duplo: Antologia Poética de Mario Quintana, pela gravadora Polygram. Publicação de Lili Inventa o Mundo, Editora Mercado Aberto - Porto Alegre, seleção de Mery Weiss de textos publicado em Letras & Livros e outros livros do autor. Por aprovação unânime da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o prédio do antigo Hotel Magestic (onde o autor viveu por muitos e muitos anos), tombado como patrimônio histórico do Estado em 1982, passa a denominar-se Casa de Cultura Mário Quintana.Em 1984 ocorrem os lançamentos de Nariz de Vidro, seleção de textos de Mery Weiss, Editora Moderna - São Paulo, e O Sapo Amarelo, Editora Mercado Aberto - Porto Alegre.O álbum Quintana dos 8 aos 80 é publicado em 1985, fazendo parte do Relatório da Diretoria da empresa SAMRIG, com texto analítico e pesquisa de Tânia Franco Carvalhal, fotos de Liane Neves e ilustrações de Liana Timm.Ao completar 80 anos, em 1986, é publicada a coletânea 80 Anos de Poesia, organizada por Tânia Carvalhal, Editora Globo. Recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Lança Baú de Espantos, pela Editora Globo, uma reunião de 99 poemas inéditos.Em 1987, são publicados Da Preguiça como Método de Trabalho, Editora Globo, uma coletânea de crônicas publicadas em Do Caderno H, e Preparativos de Viagem, também pela Globo, reflexões do poeta sobre o mundo.Porta Giratória, pela Editora Globo - Rio de Janeiro, é lançada em 1988, uma reunião de crônicas sobre o cotidiano, o tempo, a infância e a morte.Em 1989 ocorre o lançamento de A Cor do Invisível pela Editora Globo - Rio de Janeiro. Recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros, entre escritores de todo o Brasil.Velório sem Defunto, poemas inéditos, é lançado pela Mercado Aberto em 1990.Em 1992, a editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reedita, em comemoração aos 50 anos de sua primeira publicação, A Rua dos Cataventos.Poemas inéditos são publicados no primeiro número da Revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional/Departamento Nacional do Livro, em 1993. Integra a antologia bilíngüe Marco Sul/Sur - Poesia, publicada Editora Tchê!, que reúne a poesia de brasileiros, uruguaios e argentinos. Seu texto Lili Inventa o Mundo montado para o teatro infantil, por Dilmar Messias. Treze de seus poemas são musicados pelo maestro Gil de Rocca Sales, para o recital de canto Coral Quintanares - apresentado pela Madrigal de Porto Alegre no dia 30 de julho (seu aniversário) na Casa de Cultura Mario Quintana.Alguns de seus textos são publicados na revista literária Liberté - editada em Montreal, Quebec, Canadá - que dedicou seu 211o número à literatura brasileira (junto com Assis Brasil e Moacyr Scliar), em 1994. Publicação de Sapato Furado, pela editora FTD - antologia de poemas e prosas poéticas, infanto - juvenil. Publicação pelo IEL, de Cantando o Imaginário do Poeta, espetáculo musical apresentado no Teatro Bruno Kiefer pelo Coral da Casa de Cultura Mário Quintana, constituído de poemas musicados pelo maestro Adroaldo Cauduro, regente do mesmo Coral.Falece, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos, o poeta e escritor Mario Quintana.Escreveu Quintana: "Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".E, brincando com a morte: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".
Bibliografia:
- Em português:
- A Rua dos Cata-ventos (1940)- Canções (1946)- Sapato Florido (1948)- O Batalhão de Letras (1948)- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)- Espelho Mágico (1951)- Inéditos e Esparsos (1953)- Poesias (1962)- Antologia Poética (1966)- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil- Caderno H (1973)- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.- A Vaca e o Hipogrifo (1977)- Prosa e Verso (1978)- Na Volta da Esquina (1979)- Esconderijos do Tempo (1980)- Nova Antologia Poética (1981)- Mario Quintana (1982)- Lili Inventa o Mundo (1983)- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)- Nariz de Vidro (1984)- O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil- Primavera cruza o rio (1985)- Oitenta anos de poesia (1986)- Baú de espantos ((1986)- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)- Preparativos de Viagem (1987)- Porta Giratória (1988)- A Cor do Invisível (1989)- Antologia poética de Mario Quintana (1989)- Velório sem Defunto (1990)- A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação.- Sapato Furado (1994) - Mario Quintana - Poesia completa (2005)- Quintana de bolso (2006)
No exterior:- Em espanhol:- Objetos Perdidos y Otros Poemas (1979) - Buenos Aires - Argentina.- Mario Quintana. Poemas (1984) - Lima, Peru.Participação em Antologias:No Brasil:
- Obras-primas da lírica brasileira (1943)- Coletânea de poetas sul-rio-grandenses. 1834-1951 - (1952)- Antologia da poesia brasileira moderna. 1922-1947 - (1953)- Poesia nossa (1954)- Antologia poética para a infância e a juventude (1961)- Antologia da moderna poesia brasileira (1967)- Antologia dos poetas brasileiros (1967)- Poesia moderna (1967)- Porto Alegre ontem e hoje (1971)- Dicionário antológico das literaturas portuguesa e brasileira (1971)- Antologia da estância da poesia crioula (1972)- Trovadores do Rio Grande do Sul (1972)- Assim escrevem os gaúchos (1976)- Antologia da literatura rio-grandense contemporânea - Poesia e crônica (1979)- Histórias de vinho (1980)- Para gostar de ler: Poesias (1980)- Te quero verde. Poesia e consciência ecológica (1982)No Exterior:- La poésie brésilienne, 1930-1940 - Rio de Janeiro (para circulação no exterior) (1941)- Brazilian literature. An outline. - New York (1945)- Poesía brasileña contemporánea, 1920-1946 - Montevideo (1947)- Antologia de la poesía brasileña - Madrid (1952)- La poésie brésilliene contemporaine - Paris (1954)- Un secolo di poesia brasiliana - Siena (1954)- Antología de la poesía brasileña - Buenos Aires (1959)- Antología de la poesía brasileña. Desde el Romanticismo a la Generación de Cuarenta y Cinco - Barcelona (1973)- Chew me up slowly - Porto Alegre (para circulação no exterior) (1978)- Las voces solidarias - Buenos Aires (1978)Traduções:PAPINI, Giovanni. Palavras e sangue. Porto Alegre: Globo, 1934.MARSYAT, Fred. O navio fantasma. Porto Alegre: Globo, 1937.VARALDO, Alessandro. Gata persa. Porto Alegre: Globo, 1938.LUDWIG, Emil. Memórias de um caçador de homens. Porto Alegre: Globo, 1939.CONRAD, Joseph. Lord Jim. Porto Alegre: Globo, 1939.STACPOOLE, H. de Vere. A laguna azul. Porto Alegre: Globo, 1940.GRAVE, R. Eu, Claudius Imperator. Porto Alegre: Globo, 1940.MORGAN, Charles. Sparkenbroke. Porto Alegre: Globo, 1941.YUTANG, Lin. A importância de viver. Porto Alegre: Globo, 1941.BRAUN, Vicki. Hotel Shangai. Porto Alegre: Globo, 1942.FULOP-MILLER, René. Os grandes sonhos da humanidade. Porto Alegre: Globo, 1942 (de parceria com R. Ledoux).MAUPASSANT, Guy de. Contos. Porto Alegre: Globo, 1943.LAMB, Charles & LAMB, Mary Ann. Contos de Shakespeare. Porto Alegre: Globo, 1943. MORGAN, Charles. A fonte. Porto Alegre: Globo, 1944. MAUROIS, André. Os silêncios do Coronel Branble. Porto Alegre: Globo, 1944.LEHMANN, Rosamond. Poeira. Porto Alegre: Globo, 1945.JAMES, Francis. O albergue das dores. Porto Alegre: Globo, 1945.LAFAYETTE, Condessa de. A princesa de Cléves. Porto Alegre: Globo, 1945.BEAUMARCHAIS. O barbeiro de Sevilha ou a precaução inútil. Porto Alegre: Globo, 1946.WOOLF, Virginia. Mrs. Dalloway. Porto Alegre: Globo, 1946.PROUST, Marcel. No caminho de Swann. Porto Alegre: Globo, 1948.BROWN, Frederiek. Tio prodigioso. Porto Alegre: Globo, 1951.HUXLEY, Aldous. Duas ou três graças. Porto Alegre: Globo, 1951.MAUGHAM, Somerset. Confissões. Porto Alegre: Globo, 1951.PROUST, Marcel. À sombra das raparigas em flor. Porto Alegre: Globo, 1951.VOLTAIRE. Contos e novelas. Porto Alegre: Globo, 1951.BALZAC, Honoré de. Os sofrimentos do inventor. Porto Alegre: Globo, 1951.MAUGHAM, Somerset. Biombo chinês. Porto Alegre: Globo, 1952.THOMAS, Henry & ARNOLD, Dana. Vidas de homens notáveis. Porto Alegre: Globo, 1952.GRENNE, Graham. O poder e a glória. Porto Alegre: Globo, 1953.PROUST, Marcel. O caminho de Guermantes. Porto Alegre: Globo, 1953.PROUST, Marcel. Sodoma e Gomorra. Porto Alegre:Globo, 1954.BALZAC, Honoré de. Uma paixão no deserto. Porto Alegre: Globo, 1954.MÉRIMÉE, Prospero Novelas completas. Porto Alegre:Globo, 1954.MAUGHAM, Somerset. Cavalheiro de salão. Porto Alegre: Globo, 1954.BUCK, Pearl S. Debaixo do céu. Porto Alegre: Globo, 1955.BALZAC, Honoré de. Os proscritos. Porto Alegre: Globo, 1955.BALZAC, Honoré de. Seráfita. Porto Alegre: Globo, 1955.
Discos:
- Antologia Poética de Mario Quintana - Gravadora Polygram (1983)
Música:
- Recital Canto Coral Quintanares (1993) - treze poemas musicados pelo maestro Gil de Rocca Sales.- Cantando o Imaginário do Poeta (1994) - Coral Casa de Mario Quintana - poemas musicados pelo maestro Adroaldo Cauduro.
Teatro:
- Lili Inventa o Mundo (1993) - montagem de Dilmar Messias.
Sobre o autor:
- Quintana dos 8 aos 80 (1985)
Dados obtidos em livros do e sobre o autor e páginas na Internet, em especial a da Casa de Cultura Mario Quintana / Suzana Kanter.
POEMINHA DO CONTRATodos estes que aí estãoAtravancando o meu caminho,Eles passarão.Eu passarinho
!Mário Quintana

sábado, 27 de setembro de 2008

Beyond Citizen Kane







Beyond Citizen Kane (no Brasil, Muito Além do Cidadão Kane) é um documentário televisivo britânico de Simon Hartog produzido em 1993 para o Canal 4 do Reino Unido. A obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, poder e suas relações políticas. O ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho foi o principal alvo das críticas do documentário, sendo comparado a Charles Foster Kane, personagem criada em 1941 por Orson Welles para Cidadão Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos. Segundo o documentário, a Globo emprega a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como o fez Kane.Sua veiculação foi proibida judicialmente logo no lançamento, em 1993, após única exibição no MIS (Museu da Imagem e do Som). Alguns trechos foram proibidos de ser traduzidos, o que causa falhas nele, mas que não tira sua coerência, principalmente para quem entende inglês.O filme tem uma hora e meia, mas vale a pena.http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038

Festival "Comida di Buteco"



Criado em 2000, em Belo Horizonte, o festival já tem versões realizadas no Rio de Janeiro e Goiânia.A etapa baiana do "Comida di Buteco", festival que visa reunir pérolas da gastronomia servidas nos bares, ocorre em Salvador (BA) até o dia 5 de outubro. Cerca de 31 botecos selecionados serão avaliados por uma equipe de jurados especializados e também por seus freqüentadores.
Criado em 2000, em Belo Horizonte (MG), o festival já tem versões realizadas no Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO).
Todas as equipes dos estabelecimentos que participarem da edição baiana vão passar por um curso de atendimento ao cliente no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), com duração de 15 horas.
Um dos objetivos do evento é estimular a criação de novos petiscos nos circuitos de bares por onde passa. Segundo os organizadores, cerca de 400 novos tira-gostos foram elaborados desde a primeira edição do concurso, que aconteceu em Belo Horizonte.Mais informações podem ser obtidas por meio do site: www.comidadibuteco.com.br

Conteúdo e qualidade na televisão brasileira




Por Valério Cruz Brittos e Eder Fernando Zucolotto.
A chamada baixaria na televisão brasileira não constitui um dado novo, já que ciclicamente a popularização dos conteúdos televisivos se acirra, decorrente da aceleração das dinâmicas de disputa por audiência. Recente é a reação da sociedade no combate à programação desrespeitosa com o ser humano, em sua dignidade e capacidade de raciocínio. Nessa reação, ainda tímida, mas existente, o Ministério Público tem exercido um papel fundamental, dando forma às demandas sociais, ao apresentar à Justiça pleitos reparadores das ações mais desrespeitosas das indústrias culturais.
O Brasil ainda tem muito a avançar em termos de mobilização social, principalmente quando o tema é comunicação, que, via de regra, conquista o público de tal forma que ele tem uma relação mais de admirador que de crítico. No entanto, é inegável que hoje já haja alguma pressão dos movimentos sociais, articulados com especialistas, contra a proliferação de violência, sexo, anomalias e outros elementos nesse mesmo sentido presentes na TV. Além do Ministério Público, o Ministério da Justiça tem esboçado cobranças contra a má qualidade da televisão, mas, como é praxe no Executivo, tem dificuldade em desafiar a mídia.
Há denúncias e ações impetradas contra o apresentador João Kleber (cujo espaço foi retirado do ar), o programa Domingo legal, as novelas da Globo e tantas outras atrações televisuais. Na essência, trata-se de uma luta pelo direito a uma televisão brasileira que respeite o povo, para isso tendo sido tomadas ações efetivas visando a mudança desse patamar que tenta captar o público a partir de referentes simplistas. Claro, esses movimentos isolados não resolvem o problema do televisual brasileiro, extremamente concentrado e carente de controle público sobre os processos midiáticos, mas podem servir de pressão para que o Estado se volte à regulamentação dessas questões, aí sim atacando a questão no seu âmago.

Primeiro passo
Para a expressão da sociedade frente ao posicionamento não raro arbitrário da mídia, a internet tem sido um mecanismo importante, como em outras áreas. Assim, o projeto Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, uma campanha da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em parceria com organizações sociais, conta como seu principal instrumento de diálogo com um
sítio na web, onde os internautas podem fazer denúncias, sugestões, acessar a legislação de regulamentação televisiva e ler notícias relativas ao tema veiculadas na imprensa. Aqui se trata de uma iniciativa do poder público, mas que se desenvolve na interação com a sociedade civil.
Numa linha semelhante de fiscalização televisiva, essencialmente através da internet, está o site do
Projeto Criança e Consumo, que objetiva a conscientização social do impacto da mídia e do marketing (crescente) no público infanto-juvenil. Também se volta à fiscalização da produção de TV, porém dando enfoque à publicidade e à propaganda, analisando quais delas ferem o Código de Defesa do Consumidor e quais estão em desacordo com as normas técnicas do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar). Além do controle interno, o site também conta com uma linha aberta para denuncias por e-mail e telefone.
A esses dois exemplos somam-se outros tantos, como das organizações Mídia da Paz e
TVer. O importante é que a mobilização e a integração da sociedade civil e do setor público estão em andamento, utilizando-se de uma mídia relativamente nova como a internet para divulgar suas idéias e propor debates. Porém, é bom destacar que a internet é ainda muito restrita, ficando a discussão também pouco acessível. Mas o primeiro passo contra a baixaria e o abuso do meio televisivo foi dado. Dessa união da sociedade civil com o setor público têm surgido boas propostas e alguns atos concretos, restando muito a caminhar em direção a uma TV com mais qualidade de conteúdo, o que passa por medidas mais ousadas.

Emilie de Ravin fora de Lost?




Entrevistada no tapete vermelho do Emmy, Emilie de Ravin, que vive a personagem Claire em Lost, confirmou boatos sobre sua ausência na quinta temporada da série.
De Ravin informou Michael Ausiello da Entertainment Weekly que os produtores deram um ano de folga a ela, já que Claire não estará na nova temporada.
Vale lembrar que a última vez que a loirinha foi vista foi ao lado de seu pai na cabana do misterioso Jacob, logo após abandonar seu bebê, Aaron - adotado por Kate.
A atriz, porém, disse que já foi avisada que suas férias são temporárias. Ela voltará para a sexta (e última) temporada da série.
A quinta temporada de Lost começa nos EUA no início de 2009 e fica a dúvida se De Ravin será a única integrante do elenco a não voltar...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

De Funkeira a triz pornô




De funkeira, a modelo, a triz, entre outros termos que aos poucos vem sendo vulgarizados por uma classe de pessoas que não perdem uma oportunidade para tentarem o estrelato, a bola da vez é Carol Miranda 19 anos sobrinha da entre tantas outras coisas pejorativas também chacrete Gretchen, segundo sua acessória todo o espetáculo que a moça vem fazem e caminhos que vem tomando são para poder bancar seus estudos, estudo este que em nosso país é uma zona. A “Obra Prima” intitulada “Fiz pornô e Continuo Virgem” é uma produção da Sexxxy World que em seu elenco tem muita gente famosa. O longa com 90 minutos tem previsão de lançamento para a primeira quinzena de novembro, segundo bastidores Carol teria dito querer desbancar a Mulher Melancia esta com 119 cm de área glútea Carol tem 118 o cachê ficou pela bagatela de R$500 mil, o que uma bunda não faz.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

"Diablo III" é anunciado oficialmente




A produtora Blizzard anunciou em seu evento particular, a Worldwide Invitational 2008, que acontece neste fim-de-semana em Paris, uma nova edição de "Diablo", uma das mais célebres séries de RPG e ação da história."Diablo III" foi confirmado para computadores PC e Macintosh, mas não há planos para versões para consoles. Por ora, a companhia diz que é cedo para falar em data de saída do game, mas o objetivo é ter um lançamento mundial simultâneo."Queríamos expandir a história épica e os elementos de mecânica de jogo do universo de 'Diablo' por algum tempo daqui pra frente", disse Mike Morhaime, executivo-chefe e co-fundador da Blizzard. "Sabemos que os jogadores também estavam esperando por um longo tempo pelo retorno da série, então estamos muito entusiasmados em compartilhar esse anúncio com os fãs da Blizzard aqui em Paris e ao redor mundo hoje".A história se passa vinte anos depois dos eventos de "Diablo II". Os demônios Mephisto, Diablo e Baal foram derrotados, mas a Worldstone, que protegia o mundo tanto das alturas celestiais como das profundezas do inferno, foi destruída, e o Mal ameaça novamente Tristram. Controlando uma das cinco classes diferentes de personagens, o jogador vai cumprindo missões - tanto aqueles que fazem parte do roteiro com as que surgem aleatoriamente -, ganhando novos equipamentos e habilidades ao longo do tempo.Tradição e modernidadeO estilo de jogo se mantém inalterado. Numa perspectiva chamada quarter-view, com a câmera posicionada no alto, o jogador controla o seu personagem e vai atacando quem aparecer pela frente. Naturalmente, desta vez, todo visual é feito com gráficos 3D, e isso permitiu criar cenários altamente destrutíveis. Numa das cenas, um muro foi derrubado, eliminando vários inimigos que estavam embaixo.A Blizzard destaca que "Diablo III" é um jogo primordialmente cooperativo e, por isso, os jogadores poderão entrar numa partida ou sair dela quando bem entender. Uma nova versão do serviço online Battle.net está sendo preparada para o lançamento do game. Algumas das masmorras ainda terão seus labirintos gerados aleatoriamente, mas também haverá mapas projetados pela produtora.Os controles prometem ser simples, como os antecessores. A companhia diz que o game pode ser jogado somente com o mouse - a roda de "scroll" serve para escolher os poderes. Os indicadores na tela são mínimos, para que a cena de jogo em si se destaque. Na aventura, há novos itens, como globos vermelhos que repõe a energia na hora, lembrando o esquema de alguns games de combate, como "Devil May Cry 4", da Capcom.Ação bárbaraA companhia demonstrou a ação com um bárbaro, acompanhado de dois arqueiros controlados pelo computador. Ele possui uma habilidade que o faz girar como um furacão, eliminando quem estiver ao redor. O bárbaro é capaz de desarmar inimigos com escudos, usando um golpe que é desferido contra o chão. Outra classe mostrada foi o witch doctor, capaz de controlar os inimigos e invocar criaturas, como uma horda de zumbis. Também pode confundir os oponentes, fazendo-os atacarem entre si. Por fim, uma versão feminina do bárbaro e do witch doctor enfrentaram um demônio couraçado chamado Siegebreaker Assault Beast, que faz surgir do chão um exército de esqueletos.

Dança da Enxada




A dança da enxada é uma antiga dança popular de agricultores do interior dos estados da região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná).
A dança da enxada é praticada por um pequeno grupo de 10 homens, mais ou menos. O ritual da festa inicia com a ida deles a uma pequena plantação, onde eles cantam e capinam (segam o
capim). Após capinar, eles colhem uma muda de planta da platação e entregam-na ao dono da propriedade. O dono, em troca, presenteia o grupo com uma garrafa de bebida.
Em seguida vem a parte principal do ritual, e que é propriamente a dança com as enxadas. Os homens com enxadas na mão, formam um círculo, com um deles no centro. Eles então começam uma cantoria que narra uma caçada. O homem do centro é conhecido como "sapo" e é quem dirige a cantoria. Ao mesmo tempo em que cantam, os homens balançam as enxadas e tocam-na umas nas outras.
A dança da enxada está em desuso e é praticada por agricultores com mais de 60 anos.
Obtido em "
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dança_da_enxada"

Adoniran Barbosa




Rubinato era filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Aos dez anos de idade, sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada: à época a idade mínima para poder trabalhar era de doze anos.
Abandona a escola cedo, pois não gosta de estudar. Necessita trabalhar, para ajudar a família numerosa - Adoniran tem sete irmãos. Procurando resolver seus problemas financeiros, os Rubinato vivem mudando de cidade. Moram primeiro em Valinhos, depois Jundiaí, Santo André e finalmente São Paulo.
Em Jundiaí, conhece seu primeiro ofício: entregador de marmitas. Aos quatorze anos, ainda criança, o encontramos rodando pelas ruas da cidade e, legitimamente, surrupiando alguns bolinhos pelo caminho. "A matemática da vida lhe dá o que a escola deixou de ensinar: uma lógica irrefutável. Se havia fome e, na marmita, oito bolinhos, dois lhe saciariam a fome e seis a dos clientes; se quatro, um a três; se dois, um a um".
O aprendizado se completa, nas diversas atividades exercidas por João. Foi pedreiro, garagista, mascate, encanador, garçom, metalúrgico...
O compositor e cantor tem um longo aprendizado, num arco que vai do marmiteiro às frustrações causadas pela rejeição de seu talento. Quer ser artista – escolhe a carreira de ator. Procura de várias maneiras fazer seu sonho acontecer. Tenta, antes do advento do rádio, o palco, mas é sempre rejeitado. Sem padrinhos e sem instrução adequada, o ingresso, nos teatros, como ator, lhe é para sempre abortada O samba, no início da carreira, tem para ele caráter acidental. Escolado pela vida, sabe que o estrelato e o bom sucesso econômico só são alcançados na veiculação de seu nome na caixa de ressonância popular que é o rádio.
O magistral período das rádios, também no Brasil, cria diversas modas, mexe com os costumes, inventa a participação popular – no mais das vezes, dirigida e didática. Têm elas um poder e extensão pouco comuns para um país rural como o nosso. Inventam a cidade, popularizam o emprego industrial e acendem os desejos de migração interna e de fama. Enfim, no país dos bacharéis, médicos e párocos de aldeia, a ascensão social busca outros caminhos e pode-se já sonhar com a meteórica carreira de sucesso que as rádios produzem. Três caminhos podem ser trilhados: o de ator, o de cantor ou o de locutor.
Adoniran, aprendiz das ruas, percebe as possibilidades que se abrem a seu talento. Quer ser ator, popularizar seu nome e ganhar algum dinheiro, mas a não aceitação anterior o leva para outros caminhos. Sua inclinação natural no mundo da música é a composição mas, neste momento, o compositor é um mero instrumento de trabalho para os cantores, que compram a parceria e, com ela, fazem nome e dinheiro. Daí sua escolha recair não sobre a composição, mas sobre a interpretação.
Entrega-se ao mundo da música. Busca conquistar seu espaço como cantor – tem boa voz, poderia tentar os diversos programas de calouro. Já com o nome de Adoniran Barbosa – tomado emprestado a um companheiro de boêmia e de Luiz Barbosa, cantor de sambas, que admira – João Rubinato estréia cantando um samba brejeiro de Ismael Silva e Nilton Bastos, o Se você jurar. É gongado, mas insiste e volta novamente ao mesmo programa; agora cantando o belo samba de Noel Rosa, Filosofia, que lhe abre as portas das rádios e ao mesmo tempo serve como mote para suas composições futuras.
A vida profissional de Adoniran Barbosa se desenvolve a partir das interpretações de outros compositores. Embora a composição não o atraia muito, a primeira a ser gravada é Dona Boa, na voz de Raul Torres. Depois grava em disco Agora pode chorar, que não faz sucesso algum. Aos poucos se entrega ao papel de ator radiofônico; a criação de diversos tipos populares e a interpretação que deles faz, em programas escritos por Osvaldo Moles, fazem do sambista um homem de relativo sucesso. Embora impagáveis, esses programas não conseguem segurar por muito tempo ainda o compositor que teima em aparecer em Adoniran. Entretanto, é a partir desses programas que o grande sambista encontra a medida exata de seu talento, em que a soma das experiências vividas e da observação acurada dá ao país um dos seus maiores e mais sensíveis intérpretes.
O mergulho que o sambista fará na linguagem, suas construções lingüísticas, pontuadas pela escolha exata do ritmo da fala paulistana, irão na contramão da própria história do samba. Os sambistas sempre procuraram dignificar sua arte com um tom sublime, o emprego da segunda pessoa, o tom elevado das letras, que sublimavam a origem miserável da maioria, e funcionavam como a busca da inserção social. Tudo era uma necessidade urgente, pois as oportunidades de ascensão social eram nenhumas e o conceito da malandragem vigia de modo coercitivo. Assim, movidos pelos mesmos desejos que tinha Adoniran de se tornar intérprete e não compositor, e a partir daí conhecido, os compositores de samba, entre uma parceria vendida aqui e outra ali, davam o testemunho da importância que a linguagem assumia como veículo social.
Mas a escolha de Adoniran é outra, seu mergulho também outro. Aproveitando-se da linguagem popular paulistana – de resto do próprio país – as músicas dele são o retrato exato desta linguagem e, como a linguagem determina o próprio discurso, os tipos humanos que surgem deste discurso representam um dos painéis mais importantes da cidadania brasileira. Os despejados das favelas, os engraxates, a mulher submissa que se revolta e abandona a casa, o homem solitário, social e existencialmente solitário, estão intactos nas criações de Adoniran, no humor com que descreve as cenas do cotidiano. A tragédia da exclusão social dos sambistas se revela como a tragicômica cena de um país que subtrai de seus cidadãos a dignidade.
O seu primeiro sucesso como compositor vira canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show; é bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Adoniran alcança, então, o almejado sucesso que, entretanto, dura pouco e não lhe rende mais que uns minguados trocados de direitos autorais. A música, que já havia sido gravada pelo autor em 1951 e não fizera sucesso ainda, é regravada novamente pelos “Demônios da Garoa”, conjunto musical de São Paulo (esta cidade é conhecida como a terra da garoa, da neblina, daí o nome do grupo). Embora o conjunto seja paulista, a música acontece primeiramente no Rio de Janeiro. E aí sim, o sucesso é retumbante.
Como acontecera com os programas escritos por Osvaldo Moles, que deram a Adoniran a medida exata da estética a ser seguida, o samba inspira Osvaldo a criar um quadro para a rádio, que se chamava História das Malocas, com um personagem, que faz sucesso, o
Charutinho. De novo ator, Adoniran, tendo provado o sucesso como compositor, não mais se afasta da composição.
Arguto observador das atividades humanas, sabe também que o público não se contenta apenas com o drama das pessoas desvalidas e solitárias; é necessário que se dê a este público uma dose de humor, mesmo que amargo. Compõe para esse público um dos seus sambas mais notáveis, um dos primeiros em que trabalhou a nova estética do samba.
Entre a tentativa de carreira nas rádios paulistas e o primeiro sucesso, Adoniran trabalha duro, casa-se duas vezes e freqüenta, como boêmio, a noite. Nas idas e vindas de sua carreira tem de vencer várias dificuldades. O trabalho nas rádios brasileiras é pouco reconhecido e financeiramente instável, muitos passaram anos nos seus corredores e tiveram um fim de vida melancólico e miserável. O veículo que encanta multidões, que faz de várias pessoas ídolos é também cruel como a vida; passado o sucesso que, para muitos, é apenas nominal, o ostracismo e a ausência de amparo legal levam cantores, compositores e atores a uma situação de impensável penúria.
Adoniran sabe disto, mas mesmo assim seu desejo cala mais fundo. O primeiro casamento não dura um ano; o segundo, a vida toda: Matilde. De grande importância na vida do sambista, Matilde sabe com quem convive e não só prestigia sua carreira como o incentiva a ser quem é e como é, boêmio, incerto e em constante dificuldade. Trabalha também fora e ajuda o sambista nos momentos difíceis, que são constantes. Adoniran vive para o rádio, para a boêmia e para Matilde.
Numa de suas noitadas, de fogo, perde a chave de casa e não há outro jeito senão acordar Matilde, que se aborrece. O dia seguinte foi repleto de discussão. Mas Adoniran é compositor e dando por encerrado o episódio, compõe o samba
Joga a chave.
Dono de um repertório variado de histórias, o sambista não perdia a vez de uma boa blague. Certa vez, quando trabalhava na rádio Record, onde ficou por mais de trinta anos, resolveu, após muito tempo ali, pedir um aumento. O responsável pela gravadora disse-lhe que iria estudar o aumento e que Adoniran voltasse em uma semana para saber dos resultados do estudo... quando voltou, obteve a resposta de que seu caso estava sendo estudado. As interpelações e respostas, sempre as mesmas, duraram algumas semanas... Adoniran começava se irritar e, na última entrevista, saiu-se com esta: “Tá certo, o senhor continue estudando e quando chegar a época da sua formatura me avise..”
Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedica-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Grava algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitem muita coisa mais – dá depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística. Compõe pouco.
Mas inventa para si uma pequena arte, com pedaços velhos de lata, de madeira, movidos a eletricidade. São rodas-gigante, trens de ferro, carrosséis. Vários e pequenos objetos da ourivesaria popular – enfeites, cigarreiras, bibelôs... Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colhe do cotidiano, cria um mundo mágico. Quando recebe alguma visita em casa, que se admira com os objetos criados pelo sambista, ouve dele que “alguns chamavam aquilo de higiene mental, mas que não passava de higiene de débil mental...” Como se vê, cultiva o humor como marca registrada. Marca aliás, que aliada à observação da linguagem e dos fatos trágicos do cotidiano, faz dele um sambista tradicional e inovador.
Adoniran Barbosa morre em 1982, aos 72 anos de idade.
Foi um grande colecionador de amigos, com seu jeito simples de fala rouca, contador nato de histórias, conquistava o pessoal do bairro, dos freqüentadores dos botecos onde se sentava para compor o que os cariocas reverenciaram como o único verdadeiro samba de São Paulo. Mais do que sambista, Adoniran foi o cantor da integridade.

[editar] Principais composições
Malvina,
1951
Saudosa maloca,
1951
Joga a chave,
1952
Samba do Arnesto,
1953
As mariposas,
1955
Iracema, Adoniran Barbosa, 1956
Apaga o fogo Mané,
1956
Bom-dia tristeza,
1958
Abrigo de vagabundo,
1959
No morro da Casa Verde,
1959
Prova de carinho,
1960
Tiro ao Álvaro,
1960
Luz da light,
1964
Trem das onze,
1964
Trem das Onze com Demônios da Garoa,
1964
Agüenta a mão,
1965
Samba italiano,
1965
Tocar na banda,
1965
Pafunça,
1965
O casamento do Moacir,
1967
Mulher, patrão e cachaça,
1968
Vila Esperança,
1968
Despejo na favela,
1969
Fica mais um pouco, amor,
1975
Acende o candeeiro,
1972

Etiópia





Por mais de dois mil anos, a civilização da Etiópia manteve suas peculiaridades culturais frente à pressão de outros países. A unidade cultural do país, no entanto, sobrevive a um autêntico mosaico de línguas, raças e religiões, que contribuiu para agravar os choques armados entre seus habitantes nos últimos anos do século XX. A Etiópia localiza-se no leste do continente africano, na região conhecida como chifre da África. Ocupa uma superfície de 1.133.882km2 e limita-se a oeste com o Sudão, ao sul com o Quênia e a leste com a Somália e o Djibuti. Ao norte, o país é banhado pelo mar Vermelho, onde há cerca de 150 ilhas etíopes. A capital é Adis Abeba.
Geografia física
O território da Etiópia é formado por rochas muito antigas, que datam da era pré-cambriana (entre 570 milhões e 4,6 bilhões de anos atrás), sobre as quais se depositaram sucessivamente materiais provenientes de vulcões. A maior parte desses vulcões se encontra extinta, embora alguns ainda manifestem atividade, o que se detecta pela existência de fontes termais.
A principal característica do relevo da Etiópia é o Rift africano, enorme falha geológica - fratura da crosta terrestre - que divide o planalto etíope em duas seções. Três conjuntos formam a paisagem do país: os planaltos do oeste, os planaltos do leste e o vale do Rift.
Os planaltos do oeste, cuja altitude oscila entre 2.400 e 3.600m, são separados por barrancos. Nessa região destacam-se os montes Semien, cujo pico culminante é o Ras Dashan, com 4.620m de altitude. Os rios Omo e Nilo Azul cortam a região.
Os planaltos do leste formam uma faixa montanhosa de grande altitude à beira do vale do Rift e descem em suave declive para o leste. Consistem no maciço de Bale e nas planícies de Harer e Sidamo-Borana, drenadas pelos rios Dawa, Genale e Shebele. A região do vale do Rift, com altitude média de 1.500m, é banhada pelo rio Awash e cortada a leste e a oeste por enormes escarpas, entre as quais se situam numerosos lagos.
Clima
Embora a Etiópia se situe em latitudes tropicais, a altitude age como fator determinante em sua configuração climática. Assim, os planaltos apresentam clima temperado, enquanto nas planícies prevalece o clima quente. A temperatura média anual varia muito entre os planaltos (16o C) e as planícies (31o C). Maio é o mês mais quente em todo o país e janeiro, o mais frio. As precipitações são irregulares em intensidade e distribuição, o que compromete a agricultura e a conservação dos solos, e distinguem-se duas estações: a chuvosa, de julho a setembro, e a seca, de outubro a fevereiro, embora se registrem grandes diferenças de uma região a outra. A média anual varia de 2.500mm, no sudoeste, a cinqüenta milímetros, no nordeste.
Fauna e flora
A flora também depende das variações climáticas decorrentes da altitude. Assim, dos planaltos para as planícies se dá um escalonamento das formações vegetais. A acácia e formas de vegetação subdesértica crescem nas terras baixas, nas pradarias e nas terras aráveis de permeio. O bosque subtropical de folhas perenes cobre os planaltos e, no sudeste do vale do Rift, a paisagem é de savana. A fauna de todas essas regiões é bastante rica.
População
Não há na Etiópia um tipo racial único, pois sua população resulta de uma mescla de grupos de diversas origens, distintos entre si no tocante à língua, à religião e à cultura. O grupo mais numeroso é o dos amhara, seguido pelo gala, tigré, afar, somali e agew. As línguas também são múltiplas - nilótico, tigré, somali, árabe - embora a língua oficial seja o amárico. Fala-se também inglês e italiano.
Nas décadas de 1970 e 1980, a Etiópia apresentou elevada taxa de natalidade, embora o crescimento da população tenha sido freado pelos altos índices de mortalidade, um dos maiores do mundo. Esses fatores determinam uma população muito jovem. A esse fato se somou a emigração de grandes contingentes da população etíope para o Djibuti, entre meados da década de 1970 e o princípio da década de 1980, devido aos constantes conflitos internos. Durante esse período, a Etiópia era o terceiro país africano em número de habitantes. A população etíope é eminentemente rural, habita sobretudo os planaltos e se dedica às atividades agrícolas. Um importante segmento ocupa-se da pecuária e tem vida nômade.
Economia
A economia etíope é eminentemente agrícola e, embora centralizada e planificada, se encontra entre as mais atrasadas do mundo. Como ocorre com a maior parte dos países africanos, a Etiópia tem no subdesenvolvimento e na fome seus grandes problemas. As condições naturais são favoráveis à agricultura, mas as técnicas agrícolas são arcaicas e a produção, conseqüentemente, se limita ao nível de subsistência. Os principais produtos agrícolas são cereais, principalmente trigo, milho, sorgo, cevada e o teff (Eragrostis abyssinica), cereal nativo que constitui a base da alimentação no país. Cultivam-se também café, importante produto de exportação, e cana-de-açúcar.
Os camponeses foram reunidos em cooperativas e granjas do estado, mas essas medidas oficiais destinadas a melhorar a produção agrícola tiveram pouco êxito. A pesca, a pecuária e as atividades extrativas também apresentam problemas relacionados com métodos rudimentares de produção. A Etiópia dispõe de recursos minerais como ouro, platina, tungstênio e cobre, mas seu aproveitamento é precário devido à ausência de infra-estrutura adequada para a extração.
O setor industrial - alimentos, couro, calçados, produtos têxteis, metalúrgicos e químicos - é incipiente. O governo procurou incentivar o turismo com a melhoria dos parques nacionais e da infra-estrutura hoteleira. Além do café, os produtos de exportação mais importantes são o couro e os legumes. A Etiópia importa petróleo, maquinaria, motores, produtos químicos e alimentícios. Seus principais fornecedores são os Estados Unidos, Itália, Alemanha e Japão.
Os constantes conflitos internos ocorridos durante o século XX abalaram a já frágil estrutura econômica da Etiópia. No princípio da década de 1990, agravaram-se as dificuldades econômicas com a queda nas exportações e o aumento dos gastos militares.
A acidentada topografia do país cria obstáculos à construção de rodovias e estradas de ferro, o que encarece os transportes, efetuados em grande parte por via aérea.História. Os primeiros habitantes da Etiópia teriam sido os cushitas, povo hamito-semítico ao qual se uniram diversas tribos procedentes da Arábia. A história antiga da Etiópia tem estreita ligação com a do Egito, pois os dois países mantiveram intenso intercâmbio comercial. Há registros dessa relação em textos egípcios, que mencionam a antiga civilização etíope e chamam seus habitantes de habashat, origem do vocábulo Abissínia, nome pelo qual o país foi conhecido no passado.
No século II da era cristã instaurou-se o reino de Aksum, o que foi possível pelo progressivo domínio das tribos semitas, procedentes do sul da Arábia, sobre as tribos autóctones. Segundo a lenda, o reino aksumita remontaria a um estado anterior, fundado por Menelik I, filho do rei Salomão e da rainha de Sabá. Distinguem-se duas etapas na história desse reino: o período hebreu, caracterizado pelo apogeu econômico e cultural, e o período cristão, com início no século IV, quando são Frumêncio, enviado do patriarca de Alexandria, empreendeu a evangelização do país que ficou assim unido à Igreja Copta do Egito.
O reino de Aksum prosperou até o século IX, quando entrou em decadência. No século XI, o poder passou à dinastia Zague, que durou até século XIII, quando Yekuno Amlak, suposto descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá, restaurou a dinastia de Aksum.
No período das cruzadas, disseminou-se entre os europeus a lenda de um grande reino cristão na África e muitos portugueses partiram em busca da figura legendária do preste João. Em 1520, chegaram ao reino da Etiópia e posteriormente ajudaram os etíopes a repelir uma invasão muçulmana.
Com os portugueses vieram também os jesuítas, que tentaram converter todo o reino à fé católica e quase tiveram êxito. O imperador Sussênio estava disposto a se converter, mas as exigências dos jesuítas e o descontentamento da população, arraigada à antiga fé, forçaram o monarca a abdicar em 1632. Os missionários católicos foram expulsos e a capital do império transferiu-se para Gondar.
Nos séculos seguintes instaurou-se na Etiópia um sistema feudal em que o poder era exercido por grandes senhores, denominados ras. Nesse período, a influência portuguesa aumentou e os ataques egípcios tornaram-se mais freqüentes. Em meados do século XIX, um chefe da guerrilha contra os egípcios, Kassa, se fez proclamar imperador, sob o nome de Teodoro II, recuperou territórios perdidos e restabeleceu a ordem no país. Começava, então, a unificação da Etiópia moderna.
Para modernizar seu reino, o imperador estabeleceu relações com os ingleses, mas vários conflitos - incidentes diplomáticos e atividades dos missionários protestantes - levaram à ruptura com o Reino Unido. Em 1867, tropas inglesas invadiram o país e, no ano seguinte, ante a iminência da derrota, o imperador suicidou-se.
O turbulento período que sobreveio à morte de Teodoro II durou até 1889, ano em que Menelik II ocupou o trono. O imperador concluiu a unificação territorial, cuidou da modernização do país e fundou uma nova capital em Adis Abeba. Nessa época, os italianos já haviam começado a controlar a Eritréia, mas Menelik II conseguiu detê-los na batalha de Adua em 1896. Em 1906, França, Reino Unido e Itália assinaram um acordo pelo qual dividiam a Etiópia em três zonas de influência econômica, embora se respeitasse à integridade do território etíope. Hemiplégico, Menelik II abdicou em 1907 e voltaram às desordens.
Morta a imperatriz Zauditu, filha de Menelik, o ras Tafari, sobrinho-neto de Menelik, foi coroado imperador em 1930, sob o nome de Hailé Selassié I, que significa "a força da Trindade". Em 1931, o imperador proclamou uma constituição que lhe outorgava poder absoluto por direito divino e estabeleceu um parlamento consultivo bicameral. A Itália invadiu a Etiópia em 1935 e ocupou a maior parte do país até 1941, ano em que ocorreu a libertação pelas tropas inglesas e francesas. Hailé Selassié reassumiu o governo e começou então uma fase de reformas políticas e de modernização econômica.
Em 1952, a Eritréia uniu-se à Etiópia como estado federado, transformado em província do reino em 1962. O imperador manteve seu programa de modernização do país e, em 1955, proclamou nova constituição. Em 1973 o descontentamento era geral. A existência de vários focos de conflito na Eritréia e na fronteira com a Somália, o castigo da seca e da fome, a corrupção governamental e a dureza de que lançou mão o imperador para reprimir os conflitos criaram uma situação de freqüentes choques políticos. O Exército, que aos poucos aumentara sua influência no governo, destituiu o imperador em 12 de setembro de 1974. Em 1975, a monarquia foi abolida e proclamou-se a república socialista.
A partir desse momento, instaurou-se um Conselho Administrativo Militar Provisório (CAMP), popularmente chamado de Deurg, presidido pelo chefe de estado, general Teferi Benti. O governo adotou uma ideologia marxista-leninista e, em 1977, Mengistu Hailé Mariam tornou-se chefe de estado. Uma vez constituído o governo militar, este realizou uma reforma agrária e nacionalizou as empresas, mas logo surgiram complicações, como o descontentamento de chefes provinciais e os conflitos na Eritréia e Ogaden, que provocaram uma sangrenta guerra civil.
Diante dos contínuos ataques da Somália, a Etiópia recorreu à ajuda soviética e cubana e assim conseguiu derrotar o país vizinho. Em 1990, com a dissolução da União Soviética, Mengistu perdeu seu principal aliado internacional. No ano seguinte, teve de deixar o país em conseqüência do avanço das forças da Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (FDRPE).
Um governo provisório assumiu o controle de todo o país, mas permitiu uma administração autônoma na Eritréia, então dominada pela Frente Popular de Libertação da Eritréia. Em maio de 1993 a Eritréia tornou-se independente, depois de um plebiscito em que 99,8% dos votantes optaram pela separação.
Instituições políticas. Em 1991, o poder executivo, que no regime de Mengistu era exercido pelo comitê central do CAMP, passou a um governo provisório assistido por uma câmara legislativa, o Conselho de Representantes. Meles Zenawi, dirigente da FDRPE, assumiu a presidência da república.
A Etiópia se divide em regiões administrativas, que se subdividem em províncias e distritos. Cada região desfruta de certa autonomia, que se deve mais às dificuldades topográficas e de comunicação que a uma verdadeira política descentralizadora.
Sociedade e cultura
O predomínio da agricultura de subsistência, o subdesenvolvimento, a precária infra-estrutura, as exportações pouco diversificadas e a ausência de capital nacional são fatores de pauperismo no país. Além do subdesenvolvimento, o flagelo da seca e os permanentes conflitos internos, em particular os movimentos separatistas, e externos, como os que ocorrem na fronteira com a Somália, dizimam e consomem a população etíope. O sistema de saneamento básico é restrito às grandes cidades, apesar dos esforços para melhorar as condições de salubridade das zonas rurais.
Um dos grandes problemas enfrentados pelas autoridades sanitárias etíopes é a resistência da população aos modernos métodos de saneamento. As práticas curandeiristas, os parcos hábitos de higiene e a escassez de água potável contribuem para a propagação de doenças tropicais e contagiosas.
O governo criou uma série de serviços sociais para ajudar os desempregados e os mais pobres. Existem nas cidades várias organizações de assistência à mulher, creches e centros comunitários para jovens delinqüentes. Na educação, o principal problema é a elevada taxa de analfabetismo, que persiste apesar das campanhas oficiais. O sistema educativo abrange desde o ensino básico até o universitário, no qual se destaca a Universidade Nacional de Adis Abeba.
Grande parte da população pertence à Igreja Ortodoxa da Etiópia, antes associada à Igreja Copta do Egito, que professa um cristianismo monofisista (defende a natureza única de Jesus Cristo). Existe, além disso, um grupo importante de muçulmanos e outros menores de animistas, cristãos não-ortodoxos e judeus. Os meios de comunicação, tanto os jornais, cuja publicação se centraliza em Adis Abeba, como a televisão e o rádio, se acham sob controle do governo. O mais popular deles é o rádio, que juntamente com a televisão transmite programas em vários idiomas - amárico, inglês, somali e árabe.
A religião cristã nacional dominou historicamente a vida cultural etíope. Tanto na pintura como na literatura abundam os temas religiosos. As línguas dominantes na literatura etíope foram o gêes, que continua sendo utilizado na liturgia da igreja, e o amárico, língua tradicional da corte, oficial no país. O governo militar tentou criar condições propícias para o uso de todas as línguas e a prática de hábitos culturais próprios de cada grupo, a fim de fortalecer a unidade nacional e desencorajar o separatismo.

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