sábado, 8 de novembro de 2008

Apócrifos



Apócrifos (Apocryphom literalmente livro secreto)
Apócrifo adj. 1. Sem autenticidade. 2. Rel. catól. Diz-se de um texto, ou de um livro, cuja autenticidade é duvidosa ou suspeita, ou não reconhecida pelo magistério eclesiástico.
Os manuscritos, hoje conhecidos como Evangelhos Gnósticos, ou Apócrifos (Apocryphom literalmente livro secreto), revelam ensinamentos, apresentados segundo perpectivas bastante diversas daquelas dos Evagelhos Oficiais da Igreja Romana; como por exemplo este trecho atribuído a Jesus, o Vivo: "Se manifestarem aquilo que têm em si, isso que manifestarem os salvará. Se não manifestarem o que têm em si, isso que não manifestarem os destruirá".
http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/Codigos_de_Nag_Hammadi.shtml
"Toda história é contada pelos vencedores. Isto é verdade também para a história de Jesus de Nazaré e seus ensinamentos, relatada nos quatro Evangelhos do Novo Testamento. O cânone bíblico - o conjunto dos textos considerados "inspirados" - abriga os vencedores de uma batalha doutrinária travada dentro da Igreja antiga, entre os séculos 2 e 5. De fora ficaram mais de 60 outros escritos, que receberam o nome de apócrifos (ocultos, em grego). Sobre eles pairava a acusação de deturpar a doutrina original de Jesus, misturando-a com episódios fantasiosos e idéias tiradas das seitas místicas dos primeiros séculos do Cristianismo. O imaginário cristão, porém, recebeu-os de braços abertos. Se hoje os católicos sabem os nomes dos reis magos que adoraram Jesus e crêem que o corpo de Nossa Senhora subiu aos céus após sua morte - fato que a Igreja considera como Dogma desde 1950 - é porque, por vias indiretas, os apócrifos contornaram as proibições.
Os apócrifos são cartas, coletâneas de frases, narrativas da criação e profecias apocalípticas. Além dos que abordam a vida de Jesus ou de seus seguidores, cerca de 50 outros contêm narrativas ligadas ao Antigo Testamento. Muitos têm nomes sugestivos como "Apocalipse de Adão" ou "descida de Cristo ao inferno". Poucos são conhecidos integralmente. Da maioria resta fragmentos ou se conhece por citações de cronistas da Antiguidade. Mas são principalmente aqueles ligados à vida de Jesus que estão atraindo a atenção de religiosos e pesquisadores, que os reconhecem como fontes importantes para estudar o Homem de Nazaré."
Revista Galileu - Dezembro 2002 - No 137
Livros apócrifos segundo Frei Jacir de Freitas: Nascido em Divinópolis (MG), frei Jacir de Freitas Faria é padre franciscano. Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (PIB), Frei Jacir complementou seus estudos de Bíblia no México e em Jerusalém. Atualmente reside em Belo Horizonte, onde é professor no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), no Instituto Marista de Ciências Humanas (IMACH) e no Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus (CES-ISI). Além das aulas, dedica-se à leitura popular da Bíblia no Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), na Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG), na Diocese de Divinópolis e em cursos de teologia pastoral para leigos. Pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é membro da Comissão Teológica do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Participa também da Comissão de Serviço Internacional ao Diálogo Ecumênico da Ordem dos Frades Menores (OFM). Apaixonado pela Bíblia, ele é um dos poucos estudiosos no Brasil e no mundo a mergulhar na literatura apócrifa (escritos "bíblicos" não considerados inspirados e, pó isso, mantidos em segredo pelas Igrejas), com o intuito de voltar às origens do cristianismo e resgatar informações importantes que complementam os textos bíblicos canônicos (oficiais), clareando a mente daqueles que acreditam em Jesus e fortalecendo a sua fé.
A afirmação costumeira que os escritos apócrifos são meras fantasias e, o que é pior, mentiras inventadas por cristãos ou judeus piedosos, nunca me convenceu. A primeira constatação que fiz foi que muitos desses textos complementam o sentido, sem tirar a veracidade, dos
textos canônicos, os considerados pela tradição como inspirados. O que se pretende com o estudo dessa literatura não é outra coisa senão resgatar um novo sentido para os textos apócrifos, que comumente são interpretados como falsos, não inspirados. Não podemos mais entender apócrifo desta maneira, mas como algo precioso e, por isso, mantido em segredo.
A literatura apócrifa é uma outra Bíblia. Existem 112 livros apócrifos, sendo 52 em relação ao Primeiro Testamento e 60 em relação ao Segundo. Assim como a Bíblia, a literatura apócrifa está composta de Evangelhos, Atos, Apocalipses, Cartas, Testamentos. Existem também outras listas desses livros.
Creio que devemos repensar o valor dado aos apócrifos. É claro que não se pode tomar todas as informações como verdades de fé. O mesmo também não ocorre como os evangelhos canônicos?
Quem é o Jesus da fé
e quem é o Jesus histórico?
Isso é importantíssimo. Também nos evangelhos canônicos aquilo que era dado de fé passou a ser dado histórico e o que era dado histórico tornou-se dado de fé. É difícil distinguir, mesmo como o auxílio da exegese moderna, o Jesus da fé do Jesus histórico. As coisas estão misturadas. A fé é que nos coloca no caminho certo.

http://www.sobrenatural.org/Site/Apocrifos/entrevista.asp

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